
Nasci em Minas Gerais e ainda bebê migrei com meus pais para o Distrito Federal. Cresci ao redor de Brasília, em cidades satélites e na periferia do entorno do DF, onde formei minha identidade mineira-brasiliense, da classe trabalhadora.
Sou a filha mais velha de um poeta que trabalhou no comércio e de uma professora do Ensino Fundamental. Sou neta de um dentista e de uma costureira; de uma cozinheira e de um maestro que trabalhou de alfaiate. Cresci valorizando muito os estudos, a leitura, a prática dos trabalhos manuais.
Conto histórias desde pequena, quando só sabia desenhar. Criei meus primeiros quadrinhos nos anos 90, onde já demonstrava minha vocação para o fantástico em uma série de histórias sobre uma ratazana milionária. Na adolescência, comecei a publicar de forma independente, quando fiz minhas primeiras zines, na época xerocadas na papelaria do bairro e distribuídas pelos Correios.
Com a chegada da internet na minha casa, no início do milênio, passei a escrever e publicar minhas histórias em fóruns online e, depois, no meu próprio blog, que já passou por vários nomes e caras antes dessa que você está vendo agora.
Em 2008, entrei na faculdade como bolsista do ProUni e me formei em Comunicação Social — Publicidade e Propaganda. Trabalhei como redatora publicitária em agências de Brasília, e depois como redatora de conteúdo freelancer, quando a profissão de social media ainda não existia — nem o algoritmo das redes sociais.
Passei a existir como escritora na internet. Escrevi textos sobre feminismo que ganharam grande repercussão. Me mudei para São Paulo e continuei a escrever ficção no meu blog. Publiquei livros digitais, criei minha primeira newsletter, em 2014. Na mesma época, escrevi para grandes portais, como Update or Die! e Carta Capital. Também criei um podcast feminista sobre cultura pop, We Can Cast it!, e fui co-editora de uma coletânea de ficção científica feminista, Universo Desconstruído.
Em 2016, publiquei meu primeiro romance, As águas-vivas não sabem de si, pela Editora Rocco. Tive contos publicados em diversas coletâneas e revistas, como a Superinteressante e a Dragão Brasil. Participei de eventos de literatura e cultura pop, como a CCXP e a Bienal do Livro de São Paulo, dei palestras, ministrei oficinas de escrita e publicação independente.
Criei o selo Bobagens Imperdíveis, que em 2017 foi uma zine mensal por assinatura, um projeto 100% independente que vendeu mais de 4 mil exemplares no primeiro ano de publicação. Pelo selo também publiquei dois livros de crônicas, um deles no início da pandemia, para falar de isolamento.
Em 2019, Bobagens Imperdíveis passou por mais uma metamorfose, dessa vez se transformando em um podcast narrativo com episódios sobre linguagem, história, artes e ciência. Entrevistei artistas, levei a palavra da criatividade, contei histórias sobre as pequenas maravilhas escondidas em assuntos nos quais poucos estão prestando atenção.
Em 2020, publiquei meu segundo romance, Cidades afundam em dias normais, também pela Rocco. Tive contos traduzidos para o inglês e italiano, ou publicados em livros como Irmãs da Revolução, da Editora Aleph, e A máquina do Tempo, edição da DarkSide Books.
Depois da pandemia, me mudei para Munique, na Alemanha. Sou casada com o designer e artista brasiliense Marcos Felipe, que colaborou com vários dos meus projetos, não só com suporte emocional e pitacos, mas com identidade visual, fotografia e a capa de alguns dos meus livros, como a coletânea de contos Neuroses a varejo.
Você pode acompanhar como essa história continua nos registros periódicos que faço na minha newsletter Uma Palavra:
[Munique, maio de 2024]
Galeria
Clique na imagem para abri-la e salvá-la em maior resolução. Não se esqueça de colocar os créditos do fotógrafo ao usá-la para divulgação.