Depois de confirmado o reboot da Marvel, que foi na onda do reboot da DC, do jogo Tomb Raider, do filme do Homem-Aranha e da novela Gabriela, o Universo acaba de anunciar seu próprio reboot. Enquanto não param de surgir novas versões de Carrie, a Estranha, todo mundo já não via a hora de criarem uma nova versão deste mundo. E o mais aguardado remake da história da humanidade tem data marcada ainda para este ano. “Depois de tantos milênios de espera, finalmente vão apresentar o Universo remodelado!”, declara um empolgado fã.
Os executivos responsáveis por essa audaciosa produção já revelaram alguns detalhes. A primeira mudança importante será no visual dos protagonistas. Os humanos ganharão tons de pele mais vibrantes, que vão do azul ao verde limão, contrastando com as cores pasteis de variações claras e escuras da versão atual. “Pode parecer uma mudança muito radical, mas optamos por personagens mais modernos”, explicam. “Além disso, a questão de cores tem gerado muita confusão. Queremos criar uma história mais dinâmica, mais integrada, e as cores não podem mais ser um obstáculo entre os personagens. Por isso, desenvolvemos um visual colorido e bem distribuído, de forma que não teremos só um grupinho de pessoas laranja tangerina aqui ou um grupinho de pessoas turquesa ali; estarão todos misturados.”
O reboot também é uma oportunidade de consertar vários furos na história. A Bíblia não será mais escrita por um povo primitivo no meio do deserto. “Com um novo Universo, a Bíblia teria que mudar de qualquer jeito”, afirma um dos responsáveis pela mudança, “então aproveitamos para garantir que os mesmos erros não aconteçam. Criar uma obra divina e guia moral para a humanidade que pudesse ser interpretada de várias formas, a bel-prazer de cada geração que teve contato com ela, foi a pior ideia que alguém já teve.” A nova Bíblia será escrita por Neil Gaiman, que neste remake terá nascido no ano de 1602. Com isso, espera-se que as histórias bíblicas ganhem um novo significado, além de dar a elas uma linguagem menos chata e personagens mais cativantes.
“Queremos descomplicar alguns pontos da história para nos aprofundarmos melhor em coisas mais interessantes”, justificam, “e nada no Universo deu mais problema do que a ideia de Deus”. Nessa versão, Deus é um gato gigante e sua existência pode ser comprovada por meio de evidências concretas. Dessa forma, os ateus deixarão de existir definitivamente. “Além de resolver um problema (os ateus), vamos conseguir mostrar a origem do Universo de forma mais fantástica e, ao mesmo tempo, realista.” Graças a um investimento em efeitos especiais jamais visto antes, foi possível criar uma Física que dê suporte à existência de um deus e à sua influência no mundo dos humanos. “Além disso, quem é que não gosta de gatos, não é?”
Os produtores também garantem trazer de volta os dinossauros. “A destruição deles tão cedo foi um erro. Muita coisa na história teria sido drasticamente diferente com a presença de uma segunda raça dominante no planeta. Por exemplo, a Segunda Guerra Mundial. Um dos arcos dessa nova versão vai trazer um Adolf Hitler determinado a livrar o mundo desses reptéis gigantes. O público pode esperar surpresas interessantes vindas daí.” Há especulações que eles tenham se inspirado nos episódios de Família Dinossauro, um clássico de tanto sucesso que nunca precisou de remake.
Algumas coisas, porém, serão mantidas. Plutão continuará não sendo um planeta e mulheres ainda serão usadas como objetos sexuais. Os produtores acreditam que peitos podem continuar trazendo audiência nesta nova versão. “A opressão sexual foi uma coisa que funcionou muito bem”, afirmam.
Agora só resta ao público contar os dias no calendário Maia para o lançamento desse remake. E torcer para que o papel de descobridor do Brasil não fique com Adam Sandler.
“Existe uma teoria que diz que, se um dia alguém descobrir exatamente para que serve o Universo e por que ele está aqui, ele desaparecerá instantaneamente e será substituído por algo ainda mais estranho e inexplicável. Existe uma segunda teoria que diz que isso já aconteceu.”
Douglas Noel Adams.
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Fotografia da capa via James Vaughan // Flickr Creative Commons